Sigo comentando as peças do Palco Giratório. Não sou crítico, sou ator. Mas talvez o olhar de um ator/diretor sobre um espetáculo seja mais honesto que um olhar de alguém de fora da área... Não ouso comentar livros, nem tampouco músicas. Sei que minha opinião sobre artes plásticas sempre vai ser superficial. Por isso, vou OPINAR sobre espetáculos de TEATRO, que são do meu métier.
"Ele Precisa Começar", com direção de Alex Cassal e Felipe Rocha.
Acho o Felipe um ator magnético. Já tinha achado ao vê-lo no maravilhoso "Ensaio.Hamlet", do Enrique Diaz, e neste espetáculo sobretudo, comprovo minha teoria. Não fosse sua presença de cena, seu despojamento, sua vontade de quebrar os pré-conceitos, não sei o que seria desse "Ele Precisa Começar". Adoro a maneira como eles (diretores) fazem de tudo prá quebrar com a estrutura teatral (tanto espacial quanto temporal). Adoro principalmente porque me lembrou muito o processo que eu e o Felipe (o Vieira, não o Rocha...) passamos com nosso "A Vida Sexual dos Macacos". E não só pelo processo; os espetáculos tem muitas similaridades: alternância entre narração e dramatização de cenas, mescla de ator com personagem, utilização de aparelhos eletrônicos por parte do ator, e por aí vai. Por isso, compreendo perfeitamente a proposta do Alex e do Felipe (o Rocha, não o Vieira...) e acho louvável este tipo de trabalho: que vem questionar estruturas teatrais rígidas e retrógradas. O resultado porém deixa a desejar enquanto espetáculo: falta uma certa coerência dramática à peça, o que nos dá a impressão que estivemos no meio de uma tormenta e que saímos prá lugar nenhum. Algumas cenas funcionam, outras nem tanto. Fica um desejo de conexão em tudo aquilo. Mas daí me pergunto: será que esse desejo de conexão, de lógica, de coerência não é um pensamento retrógrado por nossa parte? De que adianta o teatro querer respirar novos ares se esperamos dele resultados clássicos? Prá onde vai a nova dramaturgia? Vale a pena arriscar em peças que confundam a cabeça do espectador se este ainda espera um personagem em uma ação dramática compreensível e verossímil?
Por estas e por outras, escolho que o que eu mais vou guardar do "Ele Precisa Começar" é o processo (que eu suponho que tenha acontecido, claro!). Por mim, ele nem começaria.
"Ele Precisa Começar", com direção de Alex Cassal e Felipe Rocha.
Acho o Felipe um ator magnético. Já tinha achado ao vê-lo no maravilhoso "Ensaio.Hamlet", do Enrique Diaz, e neste espetáculo sobretudo, comprovo minha teoria. Não fosse sua presença de cena, seu despojamento, sua vontade de quebrar os pré-conceitos, não sei o que seria desse "Ele Precisa Começar". Adoro a maneira como eles (diretores) fazem de tudo prá quebrar com a estrutura teatral (tanto espacial quanto temporal). Adoro principalmente porque me lembrou muito o processo que eu e o Felipe (o Vieira, não o Rocha...) passamos com nosso "A Vida Sexual dos Macacos". E não só pelo processo; os espetáculos tem muitas similaridades: alternância entre narração e dramatização de cenas, mescla de ator com personagem, utilização de aparelhos eletrônicos por parte do ator, e por aí vai. Por isso, compreendo perfeitamente a proposta do Alex e do Felipe (o Rocha, não o Vieira...) e acho louvável este tipo de trabalho: que vem questionar estruturas teatrais rígidas e retrógradas. O resultado porém deixa a desejar enquanto espetáculo: falta uma certa coerência dramática à peça, o que nos dá a impressão que estivemos no meio de uma tormenta e que saímos prá lugar nenhum. Algumas cenas funcionam, outras nem tanto. Fica um desejo de conexão em tudo aquilo. Mas daí me pergunto: será que esse desejo de conexão, de lógica, de coerência não é um pensamento retrógrado por nossa parte? De que adianta o teatro querer respirar novos ares se esperamos dele resultados clássicos? Prá onde vai a nova dramaturgia? Vale a pena arriscar em peças que confundam a cabeça do espectador se este ainda espera um personagem em uma ação dramática compreensível e verossímil?
Por estas e por outras, escolho que o que eu mais vou guardar do "Ele Precisa Começar" é o processo (que eu suponho que tenha acontecido, claro!). Por mim, ele nem começaria.
Acessa aí o blog do espetáculo: http://www.eleprecisacomecar.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário